Umbanda

Reverência dentro do Centro, Tradição Ritualística e Manifestações Agressivas.

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Saudações amados irmãos.

Fazendo parte daquele pot-pourri de pequenos assuntos, vamos iniciar com a Reverência aos Orixás, em muitas cadas tradicionais é perceptível a chegada de um mentor em Terra e todos se ajoelham para reverenciar, para transmitir o prazer e o respeito de ter mais uma vez aquele Mensageiro dos Céus na casa.

Acho importante a doutrina do respeito, eu mesmo acho interessante esse tipo de atitude, o que eu não gosto de presenciar é quando o orixá te obriga a ajoelhar, aí eu já começo a achar estranho, como podem presenciar em vários de meus posts, eu não gosto de nada obrigado, a espiritualidade possui sabedoria suficiente para enxergar que há várias formas de respeitar, e se não for um motivo realmente plausível, acho que é uma pequena interferência do médium aliada à famosa palavra “vaidade”.

Outra coisa que eu já presenciei e acho ridículo, e o próprio sacerdote da minha casa fazia isso, é que quando visitávamos outra casa, ele ia bater a cabeça para o babalaô e supostamente pegavam nosso sacerdote no ato da atitude pra não fazê-lo, porque ele também era chefe de congá e os guias dele não ADMITIAM ele bater a cabeça para outro babalaô.

Partindo do pressuposto que são os mentores desse sacerdote que implementou a rotina de ajoelharem quando eles chegam, acho que nada mais justo e humilde do que eles exigirem o mesmo do seu filho quando visita outras casas, o que perceptivelmente não foi recíproco, ou seja, “Faça o que eu mando, mas não faça  o que eu faço”?

Então são pequenos detalhes que você como filho, costuma idolatrar o seu sacerdote e no ato passa despercebido, mas quando você começa a olhar com outros olhos, começa a enxergar com uma mente mais analítica, começa a ficar mais perceptível certas falhas.

Na casa daquele mesmo sacerdote antigo que exigia que beijássemos a mão dele, o Zé Pelintra dele falava e “desfalava”, tinha casos parecidos, uma vez, uma filha deixou de forma errada uma faca durante a oferenda do Ogum, e ele estava incorporado com Ogum também, ele chutou as louças e fez cara de que estava todo errado, o orixá estava IRADO, e ainda exigiu que ela batesse a testa dela no chão para se redimir de culpa.

Todos os outros filhos tementes a mesma atitude, bateram a testa no chão, eu confesso que não o fiz, o que me rendeu algumas horas de sermão do Ogã após a gira, logo após esse ato, pedi licença e depois fiquei sabendo que o Zé Pelintra dele falou que eu era ingrato, que ele varre mesmo da casa o que não presta! [Risos].

Sou totalmente a favor do respeito, mas confesso a vocês, se um dia eu tiver a minha casa, ou isso acontecerá com todos os mentores da casa, independente da idade do médium, ou eu mesmo me abaixo como sinal de agradecimento pela presença de um ser de luz ali dentro para a prática do bem e da caridade.

É muito importante DIFERENCIAR respeito com a devoção e até mesmo IDOLATRIA, cuidado irmãos, isso é uma Armadilha do Mal [Risos], e o Mal nada mais é que a Ignorância, o Demônio interior de cada um de nós. Respeite, mas não precisa reverenciar ou idolatrar dessa forma, seja grato pela presença de um Mentor de Aruanda, de um Orixá, sejam gratos, respeitosos, mas nunca cegos.

E esse tipo de Tradição Ritualística é muito comum, cada casa faz de uma forma, isso envolve também o bater a cabeça, algo que eu particularmente discordo veementemente, ninguém está acima de mim e nem eu estou abaixo de ninguém para ter que me ajoelhar ou bater cabeça aos pés de outro errante e pecador como eu.

–          Ah, Neófito, isso é uma forma de respeito, de ser humilde, de mostrar amor e dedicação ao Zelador, isso é tradição.

Concordo que é uma tradição, mas é uma tradição obsoleta, retrógrada, isso não acontecia no culto ensinado por Sete Encruzilhadas, a Umbanda PREGA a HUMILDADE, nada mais justo que você demonstrar isso ajoelhando a uma pessoa mais antiga? Discordo!

A sua conduta de vida é o maior respeito que você pode oferecer aos seus mentores e irmãos de santo, esse negócio de bater a testa para babalaô, beijar a mão dele, ajoelhar pra ele, acho que a Idade Média já passou há muito tempo e certas tradições existiram por Vaidade do Dirigente e nada mais que isso.

Algumas tradições ainda existem pela repetição, pela transmissão dos mais velhos para os mais novos sem que nenhuma das partes se questione ou tenha o fundamento sobre.

Reitero veementemente, Tradição é Importante, eu mesmo faço parte de Ordem Iniciática que existe desde o Antigo Egito, mas toda a Tradição é muito bem fundamentada, muito bem estudada e explicada. O que acho complicado dentro dos terreiros é o “Porque Sim” e “Porque não”.

Exemplo:

– Padrinho, porque o caboclo pula dando o grito de guerra, dando pirueta e bate a mão no peito?

– Porque sim!

Então é isso, amados irmãos, questionem, compreendam, fale com seus mentores.

Um outro problema sério dentro das casas e que assustam muitas pessoas da assistência e até mesmo da corrente, são aquelas vibrações agressivas, aquelas manifestações animalescas dentro do centro, espíritos em forma de serpente, em forma de outros animais, que urram, que gritam dentro do centro, que querem agredir fisicamente outras pessoas, essa é uma questão relativamente delicada e requer atenção constante do dirigente da casa.

Importante ressaltar que diversas vezes presenciei que isso é fruto da consciência do próprio obsediado, ou devido a uma busca inconstante por atenção ou por falta de orientação em sua vida material, importante salientar que isso não descarta a possibilidade de ser uma possessão espiritual também.

Primeiramente para evitar esse tipo de circunstância, algumas providências devem ser tomadas, das quais:

1)     Firmeza na corrente do templo, essa firmeza consiste em firmeza na Linha dos Guardiões, Firmeza dos Médiuns e Direcionamento Efetivo nos Trabalhos;

2)     Conhecimento na Casa,  importante salientar sobre certos fundamentos da casa com a presença da Assistência, acho importante aquela evangelização antes dos trabalhos e que tenha participação da Assistência. Eu prefiro aumentar o tempo desse tipo de ritual e diminuir drasticamente o tempo da abertura. As pessoas que possuem essa tendência de “incorporar” certos espíritos, ficarão mais pensativas quanto a certas manifestações.*

3)     A Organização dos Trabalhos e a Cartilha da Casa. Importante a casa ter regras, fundamentos e uma missão pré-estabelecida. É uma casa onde aceitarão esse tipo de possessão? Terá mediuns de transporte? Terá socorristas para encaminhar esses espíritos para outro local?

*Sempre importante salientar que sua mente é o princípio ativo, e você é uma antena espiritual, você vai sintonizar espíritos da mesma vibração que você, logo, esse tipo de possessão só ocorre se sua mente estiver fraca e principalmente sem o estudo da causa, o estudo é a ginástica mental, sempre.

Eu particularmente não gosto desse tipo de trabalho, o espírito obsessor que acomete desgraça aos filhos não precisa incorporar para ser encaminhado para outro local, e me pergunto, se é algo ruim, o que vai fazer em um terreiro onde ele saberá que será expurgado? É para se pensar, não?

Existem alguns meios para evitar esse tipo de circunstância que denigre demais a casa, em um local que presenciei esse tipo de ocorrido, dois assistentes saíram imediatamente da casa. Outro dia, conversando com um colega de trabalho, ele me disse que nunca mais foi em Terreiro devido a algo ruim que ele presenciou, o espírito queria bater em todo mundo.

Então existem meios para melhorar a reputação da Umbanda e evitar esse caos dentro do Terreiro, para isso, é sempre importante, estudarem, sintonizarem com seres de Luz, e se quiserem mesmo assim ter esse tipo de trabalho, deve ser em dias específicos e de preferência longe da assistência.

São fatores interessantes que deixam o ar da casa mais limpo, deixa os trabalhos mais tranquilos e os médiuns não precisam voltar para suas casas carregados, é sempre importante relaxar a mente, ter aquele trabalho agradável, ambientalizado dentro dos limites da Luz Espiritual.

Para trabalhos mais pesados, existe a Linha dos Guardiões, portanto, eu sempre digo, Organização, Ordem dentro de qualquer trabalho Espiritual é tudo.

Tudo o que faz afastar a assistência e que eu considero desagradável ou até mesmo desnecessário eu evito, sem contar aqueles pontos horríveis que falam sobre satanás, lucifer, exu tem duas cabeças, pombagira é p.. da encruzilhada, nada que possa denegrir a religião, muito pelo contrário, tamanho é o preconceito que eu faço de tudo para estimular, associar a Umbanda com outros ritos, com outros fundamentos, com o Universalismo.

Encerramos aqui mais um “medley” de assuntos aleatórios.

Com Amor.

Neófito da Luz.

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  1. Inicialmente, quero parabenizar ao irmão de fé pela informações aqui postadas, pois sem dúvida, contribuem positivamente para o crescimento da nossa Umbanda querida. Em relação ao exposto acima, é oportuno acrescentar que a maioria das casas, não possuem médium orientado para trabalhar junto a assistência que visita a casa. Assim sendo, a ocorrência de problemas é quase que uma coisa natural aos olhos de alguns dirigentes, sem falar na falta de respeito durante a gira, onde toca o telefone, o outro passa mensagem, enfim, são várias energias circulando no ambiente que foi previamente preparado pela espiritualidade, porém, agora é alvo de toda sorte de energia, sem falar nas conversas em tom alto. É necessário que os dirigentes entendam que é necessário o mínimo de ordem é disciplina na assistência, para que os trabalhos possam transcorre de forma equilibrada e que, os bons fluídos que se veio buscar não sofra com esse tipo de interferência.

    1. Primeiramente muito obrigado pela sua visita e pelas suas palavras. Muito obrigado pela contribuição e pelo lembrete. Realmente faço das suas as minhas palavras.

      Obrigado pela contribuição.

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