Umbanda

Os Vovôs e Vovós da Umbanda (Flashback)

Estou reprisando o post porque na época não deve ter tido muita visualização, não sei se foi um erro do WordPress, mas é um artigo de baixíssimo acesso e isso me chamou muito a atenção, então estou repostando… Pra mim é uma linha fantástica, de poder encantador e que me surpreende a todo trabalho, infelizmente vem acabando sua popularidade.

Vale ressaltar que muitas coisas que escreverei entrarão em contradição com o que muitos aprenderam, Também vale salientar que o conhecimento é apenas Um, porém com uma vasta gama de pontos de vistas de acordo com a forma da qual compreende o adepto.

Todos nós sabemos que os pretos-velhos foram antigos escravos oriundos dos países africanos (Nem todos obviamente, mas é o arquétipo da linha) onde detinham o conhecimento do poder da natureza, seja ervas ou outros tipos de magias que utilizam o poder atmosférico, sim, sabemos disso, mas nem todos sabem que antes de serem esses sofredores escravos, já foram grandes magos iniciados nos Mistérios, já foram Mestres Amparadores e que reencarnaram dessa forma, para suprimir as energias que ainda atrasavam sua evolução, e como dizia o senhor Ilustríssimo Cacique Águia Branca: “Não há dor que se remova sem dor”.

Essa opção reencarnatória auxiliou no processo de “limpeza” de suas lavas atrais permitindo que entrassem em uma frequência ainda mais sutil dos planos superiores.

Sim, já ouvi sim, de um preto-velho, Senhor Pai Guiné:

“Nem sempre fui escravo, nem sempre sofri, já vivi o luxo da vida material e a ascensão do meu corpo espiritual.”

Muito se fala na Umbanda Esotérica que os preto-velhos são espíritos que se plasmam na forma de velhos escravos para simbolizar a maturidade, a sabedoria conquistada com o decorrer da idade, em meu ponto de vista, simbolizam também a simplicidade, o conforto, quem nunca se sentiu leve e feliz com o abraço de um preto-velho? Sem querer fugir do foco, mas é o máximo!

A magia utilizada pelos preto-velhos também é muito conhecida como mirongas de Umbanda, em meu ponto de vista, é a linha com maior poder vibratório dentro da egrégora da Umbanda, são os espíritos de maior bagagem espiritual e de conhecimento, e que atingiram de certa forma, a compreensão e o perdão e hoje atuam como seres simplórios que esbanjam uma paciência e uma competência incrível para solucionar nossos problemas.

Nem todos se plasmam como negros, já presenciamos espíritos de etnia clara nessa falange e nem todos chegam curvados, muitos trazem todo o axé dessa fantástica linha e andam quase que como caboclos, postura ereta e com singela vitalidade, como eu sempre digo no blog, fujam de paradigmas e deixe o seu mentor trabalhar.

Muitos também trazem o conhecimento de antigos sacerdotes africanos, os famosos tatás e n´gangás, que foram mestres em manipulação de energia e evocação dos ancestrais, sendo grandes conhecedores da energia Orixá, trazendo consigo o arquétipo de antigos mestres africanos, vudus, rudus, entre outras práticas africanas que se perderam com o tempo.

Suas oferendas variam intensamente, alguns aceitam cerveja branca, outros cerveja preta, alguns também aceitam vinhos e outras bebidas como cachaça, claro que não podemos esquecer do famoso e não menos importante, cafezinho.

Já vi preto-velhos pediram também tutu em suas oferendas e algumas frutas básicas, como maçãs, bananas e peras.

O fumo também é bem variado, como cigarros de palha e charutos, também os conhecidos cachimbos. Em minha casa, geralmente pedem o fumo misturado com outras ervas como camomila, erva-doce e alfazema.

Suas cores geralmente é o preto e o branco, alguns somente o branco. Existem algumas características marcantes que definem o seu tipo de preto-velho, que são:

  • Curandeiros: Possuem exímios conhecimentos com a cura, trabalham com ervas e outras magias atmosféricas, conhecem muito bem o chakra de nosso corpo e seus canais de energia, muitos utilizam a queima do fumo pois nele está contido o elementar fogo, que é o elemento transmutador, o elemento ar que é o grande condutor e as ervas que trazem consigo toda uma aura espiritual de energia;
  • Quimbandeiros / Feiticeiros: Geralmente são os preto-velhos de Xangô ou Obaluaie, trabalham também na esquerda desmanchando feitiços e outras magias com o objetivo de causar o mal. Quando na esquerda, não são muito de conversa, são objetivos. Vale lembrar que nem todos os preto-velhos viram para a esquerda. Alguns apresentam-se de forma ereta também e ligeiramente encurvados, muitos trazem vitalidade durante a comunicação;
  • Conselheiros: Existe aquela linha de preto-velhos camaradas, que adoram conversar, sabe ler de forma excepcional o seu coração, tocam naquele ponto onde mais precisamos, esses atingiram um nível evolutivo tão alto que são capazes de ler sua alma como cristal, é uma linha que está cada vez mais escassa, devido à escassez de médiuns que seguem corretamente seus preceitos, geralmente são aqueles que sentam, falam de forma carinhosa e utiliza muito humor durante sua consulta, pitam calmamente o cachimbo e falam com demasiadamente pausado.

Não dividirei em falanges a linha dos preto-velhos, porque são falanges enormes e totalmente contraditórias com as literaturas hodiernas, mesmo porque existe pouca hierarquia na linha dos preto-velhos, é uma linha que não é muito estudada e infelizmente está bem esquecida em muitas casas, sendo evocadas raramente e/ou dia de festas, justamente por essa questão, poucos médiuns desenvolvem todo o potencial dessa linha e o conhecimento e o poder da Umbanda esvaindo-se com o tempo.

Não mencionarei também os nomes mais comuns, porque é uma falange extremamente vasta, e estamos em uma mudança de grande magnitude no mundo espiritual, novos espíritos, novas falanges, novos nomes.

Como um deles já me falou:

“Somos como luzes, somos todos iguais, pois somos abastecidos e animados pela mesma fonte de energia”.

Namastê

Neófito da Luz

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