Doutrina Filosofia Umbanda

Como São Designados nossos Mentores Espirituais?

Um fraterno Saravá a todos.

Muito indagamos porque temos certos guias espirituais, muito indagamos como eles surgem em nossa vida e porquê, para essa dúvida, pesquisei muito e até queimei quase 1kg de vela para tentar obter maiores elucidações a respeito do assunto.

Primeiramente é interessante elucidar que existem alguns tipos diferentes de designações, das quais citarei algumas:

A primeira é que existem alguns que nos acompanham desde antes do nascimento, seja por determinação de nossa vibração nativa em nossa atual existência ou pela afinidade no grau de conhecimento, existe o guia espiritual responsável por toda sua linha espiritual, que geralmente é um caboclo e ele é o comandante espiritual da sua linha determinado pelo Orixá e pela sua missão em sua existência. Com isso, devemos compreender que além da afinidade existente, são companheiros determinados pelos Superiores Cósmicos para nos acompanharem durante nossa missão, geralmente o seu guia-chefe é um dos que possuem maior patamar vibratório em sua linha, porém, não é uma regra, porque já é mais do que um assunto estressado falarmos que aquele que tenta padronizar o Mundo Espiritual acabará louco.

Juntamente com o seu guia-chefe, existem outros espíritos que o acompanham desde o nascimento, logicamente o seu guardião, que é o polo negativo do seu orixá, alguns guias de trabalho e também alguns chefe de linha, denominação que eu dou para cada chefe de linha de sua corrente, por exemplo, o meu chefe de linha dos marinheiros é o Sr. Martinho Parangolá, dos baianos, o Sr. Zé Baiano e assim vai.

Importante salientar que para muitos médiuns, a sua linha ainda não está totalmente formada, ela será adequada com o decorrer do tempo, seja pela missão configurada, pela casa que você frequenta ou pela determinação dos seus chefes durante o tempo, dependendo da casa que você está, você vibrará com um certo tipo de trabalho e consequentemente se aproximará entidades afins com aquela energia. Existe também o fato que nem todos te acompanharão pelo resto de sua vida, sim, existem aqueles que deixarão de incorporar mas continuará com você e existem aqueles que se afastarão de verdade; Existem muitas mudanças no âmbito espiritual, por exemplo, você pode se afastar por tempo indeterminado, seu guia espiritual pode ter sido escalado para uma nova missão, você pode ter sido “trocado” por não representar uma conduta adequada àquele que você está servindo, enfim, existem diversos motivos. Quantos médiuns se afastam ou mudam de casa e começa a aparecer entidades diferentes? Claro que possuímos aquele “core”, aquelas peças-chaves que nos acompanharão para onde formos, mas também existe muitos fatores que podem alterar a sua corrente mediúnica, conforme já citei, mudança de casa, mudança de missão, afastamento do médium, evolução do médium ou do guia espiritual, alteração na egrégora, por exemplo, se eu estou no Candomblé e trabalho com um “caboclo boiadeiro” que canta, dança, fuma e come, se eu for pra outra casa e aquele guia não estiver de acordo com a sua forma de trabalho, ou pode vir um da mesma falange, ou ele pode se afastar dando lugar a um outro boiadeiro ou até mesmo tentar se adaptar às mudanças impostas.

Ao contrário do que muitos pensam, eles são dotados de consciência única e não são marionetes ou espíritos que estão ao nosso dispor, eles também tem o poder de escolha e podem optar por não trabalharem com você, ou podem também aceitar todas nossas mazelas e estarem ao nosso lado, tudo depende de vários fatores que podemos ficar o resto do ano mencionando.

Existem também aqueles que estão de acordo com suas ideias, seus objetivos e por algum motivo, seja para trabalho, seja um desígnio ou missão, se aproximam de nossa linha e com a permissão de nosso Orixás e de nosso guia-chefe, também desempenham o papel de incorporação em nossa matéria, já citei o nome de alguns aqui no Blog, em 2008 a chegada do Sr. Chico Preto, depois de 11 anos de Umbanda, a chegada de Mané Baiano por volta de 2011 que é um cangaceiro, são alguns que apareceram muito tempo depois durante meu trabalho umbandista para trazer novos ensinamentos e também aprenderem, para trazer novas vibrações e para que também possam desempenhar seus papéis de perpetuar os ensinamentos sagrados.

Nos últimos trabalhos também estou sentindo a chegada de um guia que trabalhará na linha de malandros, e como eles sabem, que estou sempre disposto a novas experiências e que hoje sou uma pessoa relativamente isenta de preconceito e tenho como principal ideia, qualquer espírito que tenha a permissão do Altíssimo e de meus guias-chefe para trabalhar em minha matéria, que sejam bem vindos.

Claro que também temos aqueles guias espirituais que estão em nosso lado na contenção, não são incorporantes, mas são peças-chaves para nossa evolução espiritual, estão ali nos ajudando e auxiliando os guias incorporantes de nossa corrente espiritual, existem aqueles que descem raramente, e para isso, por alguns motivos específicos: Seja porque já alcançou um estágio onde não precisa mais incorporar, seja porque sua função na linha seja apenas gerenciar sua corrente mediúnica e suas tarefas se resumem a outras ocupações, seja porque não ocupa uma posição de grande importância em sua linha, ou seja, pode ser um guia que só chega quando o seu de trabalho está ausente ou porque não é a principal função dele. Existem aqueles que descem raramente em festas também, que seria o seu segundo ou terceiro guia da linha.

Ao contrário do que muitos pensam, nem todos os nossos guias de frente incorporam, alguns chegam somente para dar o nome e supervisionar o nosso trabalho espiritual, alguns como já alcançaram determinada evolução espiritual, não são mais incorporantes e se ocupam com outras tarefas, principalmente àqueles que são designados a gerenciar um templo espiritual, nem todo Exu de Frente desce e dá o nome bem como o próprio caboclo, existem dirigentes que deixam como nome da casa, o segundo caboclo porque o primeiro não permitiu, esse último motivo do qual ainda tento descobrir.

Alguns médiuns chegam a incorporar até 7, 8 guias de uma mesma linha, seja caboclos, baianos ou quaisquer outras linhas dentro de sua falange, enquanto outros, trabalha com um único guia a vida inteira, isso se deve também a alguns motivos, já é sabido que nem todos os médiuns possuem a mesma quantidade de guias que outros, houve uma época em que tabelavam o número de guias que podíamos ter na linha e isso caiu em desuso porque ocorreram vários fatores que contradizem essa ideia, cada pessoa tem a sua missão determinada pelo Cósmico, se você é um médium de cura, e sua missão é essa, obviamente você não terá 15 exus de porteira, se você é um médium de limpeza, obviamente você não terá 15 caboclos de cura e nenhum de limpeza, então tudo é determinado pela sua missão, vibração e pra isso, você nasce com a Vibração Orixá correspondente.

Um outro aspecto importante, gostaria de ressaltar para nem todos acreditarem nessas falanges que lemos pela internet, isso não foi confirmado por nenhum guia, se o Pena Branca é da mesma falange que o Águia Branca é o chefe, se o Cobra Coral é um guia subalterno de Arariboia, isso é um assunto que ainda é muito pouco estudado, um irmão que tem um caboclo chamado Sol Nascente e Tira-Teima veio me indagar porque ele tem entidades que não tem estudos, que parece que são espíritos de terceira, porque são pouco conhecidos e não ocupam nenhuma posição de destaque em literaturas, digo-lhes com toda a certeza que existem novas falanges se apoderando do Mundo Espiritual e conforme já mencionei em alguns posts, outros raramente se apresentam nas casas, como é o caso de Urubatão, Caboclo Tupã, Sultão das Matas, entre outros que sua vasta falange vem ficando cada vez mais rara, em contrapartida, conheci um caboclo chamado “Águia Valente”, pouco difundido nos cultos umbandistas e presenciei um trabalho fantástico, o mesmo caso de um outro caboclo chamado Búfalo Branco, NUNCA ouvi falar em nenhum lugar sobre o caboclo, mas trabalhou com maestria na ocasião que presenciei, vale aquilo que sempre falei, mais vale um médium excepcional com um caboclo desconhecido a um médium tolo com um chefe de falange, o chefe se limitará ao médium que por sua vez não é adequado, causando um trabalho deficiente.

Nada é uma regra e assim como o Universo, cada partícula atômica de nosso corpo, é tudo dinâmico, tudo é mutável e ao passo que expandimos nosso conhecimento, mais evidenciamos a nossa ignorância, até o final do século XX, o átomo era formado por apenas 3 elementos, os próton, nêutrons e elétrons, hoje já conseguimos dividir ainda mais essas partículas formando os quarks, fótons, léptons e o famoso bóson de Higgs (ESTRANHO QUE ALCANÇAMOS SETE ELEMENTOS NÃO?) quem quiser saber mais sobre, segue um resuminho: http://super.abril.com.br/universo/boson-higgs-nao-deu-nem-pro-comeco-697828.shtml

Então padronizar um tipo de conhecimento, limitar e delinear o Mundo Espiritual é o mesmo que procurar em um quarto escuro, um gato preto que não está lá, como dizia Voltaire, então não existem padrões e sim aquilo que eu sempre digo, boas práticas, o que também é relativo, para muitos é excepcional passar galo vivo nas pessoas e sujar todo mundo de ovo, em meu conceito de boas práticas isso nunca aconteceria.

Se você possui dois falangeiros de Ogum, parabéns, isso pode acontecer e muitos dirigentes NEGAVAM VEEMENTEMENTE essa ideia, se o seu Ogum fala, parabéns também, nada é uma regra e tento não ser presunçoso ao fato de criar regras rígidas para isso, cada um é cada um, cada qual sabe no fundo de sua alma o que veio fazer e se você tem 15 caboclos e 5 Oguns, que faça jus a essa responsabilidade que recebeu.

Afinal, todos nós estamos aqui com um único objetivo: Nos aperfeiçoar e chegar até o Altíssimo!

Paz Profunda.

Neófito da Luz .’.

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